quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ruppy, o cão que brilha no escuro



Fotos de "Ruppy", o cãozinho fluorescente.

O nome escolhido Ruppy, é uma contração de Ruby Puppy; “cãozinho rubi”.

Na verdade o cão não brilha simplesmente no escuro como anunciado na mídia em geral. Para que o brilho seja notado é necessário incidir sobre ele um foco de luz ultravioleta, ai sim, ele reluz um vermelho florescente. Ruppy foi criado pela equipa de Lee Byeong-Chun da Universidade de Seul e foi apresentado como o primeiro cão transgênico e clonado do mundo.

Cão florescente não é exatamente uma novidade. Em 1999, cientistas da Universidade Rice, já trabalhavam na criação de um cão transgénico, utilizando a estrutura de uma proteína verde fluorescente isolada por Fan Yang e George N. Phillips. Mas suas experiências não produziram resultados tão satisfatórios a fim de serem divulgados.

Em 2001, cientistas da Universidade do Missouri nos Estados Unidos, apresentaram um porco com focinho e patas amarelo florescente
Neste caso foi inserido genes de águas-vivas no DNA de dois porcos, porém só um manifestou a proteína.

Em Outubro de 2008, o Instituto Natureza Audubon em Nova Orleães concluído um experimento semelhante em um gato chamado Mr. Green, que brilhava num verde Florescente.

Desta vez Lee Byeong-Chun utilizou um gene florescente vermelho, produzido pelas anêmonas. Outro diferencial, é que este cãozinho da raça beagle é ao mesmo tempo: clone e transgênico.

Lee Byeong-Chun já possuía experiência em clonagem, ele participou juntamente com Woo Suk Hwang, da criação do primeiro cão clonado do mundo, em 2005.

COMO FOI FEITO:
(A) Os óvulos extraídos de uma fêmea, são fertilizados no sistema de clonagem (B) o DNA que transporta as RFP (gene vermelho florescente da anêmona) é injetado no pronúcleo masculino. (C) Os óvulos são então implantados em uma outra fêmea. (D) Somente alguns dos filhotes irão expressar o gene RFP (florescente vermelho).

O QUE SIGNIFICA TRANSGÊNICO
A técnica transgênica é transferência de um gene de uma espécie de ser vivo para outra.

ANIMAIS TRANSGÊNICOS E A SOCIEDADE
A manipulação digital da aparência do corpo humano, expressa claramente a praticidade da tecnologia (do Photoshop) ao alcance de todos. Em paralelo temos os desenvolvimentos das tecnologias médicas, como as cirurgias plásticas e a biotecnologia que opera no interior das células, bactérias e vírus afim de modificá-los. Por fim a mais proeminentes de todas, a tecnologia transgênica, que promete não só mudar nossa percepção sobre a modificação da aparência de um ser vivo, mas através de mutações controladas criar novos seres. O que irá gerar profundas alterações na vida social, médica, política, econômica e da vida no próximo século.

Se a criação de um cão que acende no escuro nos parece novidade, é porque não nos damos conta das mais recentes criações híbridas utilizadas em nosso dia a dia. Um caso interessante é do botânico e cientista Luther Burbank (1849-1926) que inventou novas frutas, plantas e flores. Em 1871, por exemplo, ele desenvolveu a batata Burbank, devido a sua baixa umidade e alto teor em amido, ela tem excelentes qualidades e cozedura e é perfeita para as batatas fritas. Desde então a reprodução artificial de plantas e de animais tem sido um procedimento padrão amplamente utilizado pelos agricultores, cientistas e por que não amadores. A seletiva reprodução de longo prazo é uma técnica baseada na manipulação indireta do material genético de dois ou mais organismos. Esta técnica é responsável por muitas das culturas e dos animais que comemos hoje em dia. A conseqüência deste tipo de alimentação no futuro para os seres humanos é discutida nos meios acadêmicos mas sem respostas definitivas.

Como na mitologia com seus híbridos, (os centauros, ser metade homem, metade cavalo, lobisomens, quimeras...) não há limites para este tipo de experiência, talvez a ética e a opinião pública seja seu principal freio.

Ratinhos transgénicos são comumente usados para estudar os genes humanos, em um modelo de organismo, porque ratos são pequenos, fáceis de trabalhar e seu genoma já é bem conhecido. Os Ratos transgénicos permitem combinar poderosas manipulações genéticas com uma ampla variedade de testes comportamentais. Muitos cientistas se utilizam também de macacos transgénicos no estudo de doenças neurodegenerativas. Estes Primatas podem ser a melhor forma de modelar o cérebro humano. Os roedores nas doenças neurodegenerativas, não produzem os mesmos sintomas como nos seres humanos. Já a utilização de cães neste tipo de experimento é bem reduzida, além de fatores técnicos entra em questão a utilização de animais de estimação, que é de difícil aceitação pela opinião pública.

O Dr Greg Barsh, um geneticista da Universidade de Stanford que estuda cães como modelos de doenças humanas, concorda que a criação de cães transgénicos é "uma importante realização", mostrando que a clonagem e a transgênese pode ser aplicada a uma ampla gama de mamíferos.

No caso de Ruppy, ser florescente não implica em ajudar na cura de qualquer doença que seja. A Transgênese é trabalhosa, cara e lenta. Por outro lado criar um cão transgênico que dissemine uma percepção negativa a sociedade, é totalmente inviável. Evidentemente Ruppy foi uma jogada de marketing, ou quem sabe um ensaio. De qualquer maneira abre um novo horizonte para as experiências transgênicas com cães e sua utilização como modelos de doenças.

Como a engenharia genética continua a ser desenvolvido no racionalismo científico, alimentada pelo capital global, a criação de animas simpaticamente modificados poderão sim, ter alto valor comercial.

No futuro as culturas transgênicas serão uma parte predominante da paisagem, os animais transgénicos passarão a fazer parte da nossa família amplamente. Para melhor ou pior?... A soja, batata, milho, abóbora e algodão geneticamente modificados são consumidos desde 1995. Agora será a vez dos animais híbridos invadirem nossas casas.


Fonte:www.sobrenatural.org




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